NELI MARIA VIEIRA

A ARTE DA INTROSPECÇÃO.

Quando presenteado fui pelo “auto-sem-data” e único Santo Ateu Vivo do World (Aristides Theodoro), e, por meio de seu lume, novamente, laureado pela Lady Cordel (Iracema Mendes Régis) para expressar um manifesto, escrito, sobre suas obras.

Pude notar, sem investigação razoável mínima, e, sim por flagrante, sensível, perceptível e tocável. Que ambos tinham como agente responsável da metamorfose de suas palavras em imagens, a plástica da vanguardista Neli Maria Vieira.

Acrescento, sem pedir licença, que se Francisco de Assis Almeida Brasil (Assis Brasil), jornalista, escritor, ensaísta e crítico literário, quando escreveu o Dicionário do Conhecimento Estético.

Não perdesse a imperdível, imperdoável, e, pecável oportunidade de nomear a unção de tela e pincel de Neli Maria Vieira. Teria dado e chamado sua obra com a alcunha, nome ou prenome de A Arte da Introspecção.

Isso por que, se o leitor (a) notar nos trabalhos literários de Aristides & Iracema, valorizados - substancialmente - pelos riscos, traços, tonais e com certo remeter ao surrealismo contemporâneo tupiniquim de Neli, verão que existem corpos sem olhos, nariz, caras, bocas, dentes, expressões e faces.

O que nos deixa apenas e tão somente com um, único, horizonte compreensível para que refletíssemos ou que ao menos tentássemos refletir.

Neli Maria Vieira extrair, voluntariamente, esses contornos em razão, involuntária, de fazer com que nos atemos e atentemos para com a verdadeira alma dos “sem identidades faciais”.

Não poderia, jamais, deixar de registrar – brasilianamente - esse ato e fato, bem como lamentar, e, muito. Que é o de saber que vivemos num país onde há espaços, dilacerados, para com o sensacionalismo, promotor da insegurança e depressão.

Deixando-nos sem o conhecimento, de muitos, que como Neli Maria Vieira passará sem experimentar e vivenciar a justiça soberana do reconhecimento, reconhecimento desse tal e intangível... Mundo maravilhoso.

Neli... Tente nos perdoar pela cumplicidade do silêncio e da inércia que - calejados por essa mesma esperança de justiça – o aleijamento nos condenou...

Só para sempre... Só para sempre !!!

Carinho Respeito & Gratidão.

Cecél Garcia