quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

OS SERTÕES DE EUCLIDES & ARISTIDES.


Primeira Nota: O livro de Aristides Theodoro quebra o falso e enraizado convencional de que Os Sertões de Euclides da Cunha trata-se de uma obra... Um bicho de sete cabeças. E que segundo Ataíde nos faz compreender em metáfora mesma que é na verdade uma obra... Sete bichos de uma cabeça.   
Segunda Nota: Se você não conseguiu - com sua chave intelectual ou por qualquer e inexplicável motivo - ler Os Sertões de Euclides da Cunha, não o faça, sem antes infectar-se com essa chave micha chamada de “Os que não leram Os Sertões fizeram do mesmo um livro difícil”.

Quem atreve-se, prudente ou imprudente, ler as impressas pelas teclas desse imoral, inerte insano e incompetente para Satã, e, imprescindível como instrumento literário para com o pai das crias e das criaturas, o pós-conceituoso, o senil são por Os Sertões de Euclides da Cunha, Aristides Theodoro.

Sem compreender o conteúdo flagrante de seus subtextos ou subliminares intenções, concorre - involuntariamente - em deixar de ganhar percentual expressivo do cerne primitivo de sua necessidade incurável e insone de passar pelo belo e perder a oportunidade, talvez única, de interpretar esse escravo das aspirações e inspirações do cotidiano literário.

Pois, quando em sua ode “Os que não leram Os Sertões fizeram do mesmo um livro difícil” Aristides nos traz e traduz um inconformismo incurável quando extrai, brilhante e intrigante fato, de seus escritores lidos e relidos. E ao tempo mesmo, em cumplicidade com a mesma irmã de viagens e loucuras sãs.

A plástica das tintas e pinceis Neli Maria Vieira, que juntos, nos convocam leitores, a nos deter em suas almas mais que em perfis, semblantes, caras e bocas e não nos óbvios de suas identidades faciais, almas essas nutridas de incansáveis e prazerosas: lidas, métricas, encantos, rimas e de perpetuação histórica.

Aristides... Nunca juro, e, não o faria agora, só peço que não me peça para fazê-lo, pois em todas as tentativas em que tentei tirar proveito acadêmico, racional e emocional desses teus ensaios e confesso nem ter raspado em sucesso.

Até por que em todas as pré-falidas tentativas em fazê-lo, frustrava-me com certa alegria, pois minha também alma e estro se voltavam para com a figura e intenções desse, univitelino, brincante e feudal poeta de cantos, encantos e ensaios que é e esta em você, por dom natural, Theodoro.

Em tempo e observando lúdico o atrevimento permitido, Gandhiano-Hitler, e, quase um semiditador quando, você Theodoro, sentenciou-me “– Cecél... Quero que você leia esse livro e me critique de verdade e sem elogios ou louvores”. E, atrevidamente, dizendo isso e sem o rubor de sua tez, até por que sua cor, ébano de herança étnica do mito Zumbi dos Palmares, assim não o permitia.

Por tanto e tudo, leitor (es), convido-o (s) e convoco-o (s) para uma reflexão e ao mesmo tempo alerto a você (s) que ainda não leu “Os que não leram Os Sertões fizeram do mesmo um livro difícil” Que esse labor literário não se trata de um livro que - sutilmente - vai do brejeiro primário passando, vezes muitas, pelo clássico erudito, é sim, uma espécie de tratado espiritual firmado e consentido por osmose, talvez e com certeza, entre Euclides da Cunha e Aristides Theodoro.
Chega ser... Esse singular e pluralista autor, contista e ensaísta, paradigma de um vírus incurável e criado no laboratório altruísta, insone e intelectual, desse incansável cientista romântico e juntador de vogais, consoantes, verbos, adjetivos, nomes e pronomes. 

Um doente, incurável, e, ofegante por dedicar um cinquentenário de sua vida, dedicados em nos embotar, com o resultado das pescas inspiradas de suas maravilhas, clamando, clamado, chamando e chamado de... O Inconformado e santificado Aristides Theodoro.
Pré-Final... Aristides, nessa tua obra, deixa você a inequívoca e imperdoável chance de ter sido assertivo, pois, se o mesmo Euclides da Cunha, utiliza-se desse teu alerta/livro como prefácio de Os Sertões... Muitos desses, principalmente, os pseudos pensantes e intelectuais movediços não teriam expurgos de desculpas para não lê-lo.  

E que Euclides da Cunha lhe abençoe em gratidão pela emoção, tradução simplista e corajosa da obra d´ele pela tua obra. Obra essa nascida, refletida e vertida em lágrimas nos olhos do mesmo agora. E isso Aristides Theodoro... Com certeza, com certeza !!!

Sem hipocrisia, com respeito, atrevimento confesso e gratidão...

Cecél Garcia
Santo André, Outono de 2012.

 

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