Diante duma banca de jornal e revistas.
Estava eu ali parado, inconformado, envergonhado, e, filhodaputamente cético
quanto ao fato de ter e deter um mínimo de sentimento de esperança em viver,
quem sabe um dia, num Brasil justo de justiça plural.
Pois, em meio há uma centena de revistas pude
evidenciar, exceção essa feita as revistas especificas sobre a temática etnia,
somente caras e bocas de crianças, mulheres e homens de tez branca.
Em seguida atentei-me aos outdoors, painéis e
todas as mídias visuais possíveis, e, ainda continuando em não flagrar:
modelos, atrizes e atores, gerentes de bancos, empresários sem contar com um, nunca,
Papa de pele da cor do poeta e único santo ateu do world Aristides Theodoro e da
mulher Oliveira Freitas inspiração de * Retalhos de Márcia * Uma visão só da
alma infinita*. Que insiste em não nos ver, mas que já nos ama em nos ter e ser
imprescindível nesse meio de inspirações, emoções, páginas, letras, livros, poetas
e poesias.
Concluí... Negro Não é Gente.
Negro é... Para o preconceituoso criminal,
uma história em que ele queria ser protagonista principal e a vida, de tal
milagre, não lhe permitiu.
Negro é... O, imprescindível, terceiro lado
da moeda, pois sem o mesmo os dois lados não poderiam existir unidos.
Negro é... A herança de todos os anjos,
nossos, ancestrais. E que por anjos serem irmanados amam-se na alegria de seus
coloridos: brancos, vermelhos, amarelos tonalizados todos pela africanidade
branca de neviana do amor incondicional.
Negro é... A metáfora da noite maravilhosa em
que às estrelas brincam de pega a pega pela luminosidade natural da noite,
noite que canta e encanta os já encantados corações racionais daquele que é o
sentimento mais nobre do verdadeiro querer, que é a pureza dos dignos e das
dignidades.
Negro é... O braço da noite, acalanto, que
embala a lua em suas quatro fazes, sem jamais discriminar qualquer uma delas
amando-as a todas.
Negro é... O expressar pelas impressões: das
palavras, dos verbos, dos adjetivos, dos substantivos, plurais, singulares,
vogais, vírgulas, pontos e frases que saem da cabeça dos escravos voluntários da
arte do escrever para levar pelo branco do papel ou pergaminho, parte da
humanidade a afastar-se das propostas de guerras e aproximar-se da tangível paz
que o ler traz.
Negro é... Aquele que nunca precisou de
estatuto, nem dia nacional de consciência, para respeitar: o branco, o amarelo,
e, o vermelho, pois essas duas ações – o estatuto e o dia da consciência negra
- além de politiqueiras assim com outras tem e trazem em seu âmago de criação um
fortalecimento ainda maior para que o verme do preconceito se eternize
Negro é... A pele que o sol, astro maior,
respeita pelo não queimar e isso por acreditar – também – naturalmente que a
perfeição da negra tez não pode, poderá ou poderão agredir, pela imoral e pré-fracassada
tentativa de mutação de tom e tons, pois, perfeita ela é de concepção nata.
Negro é... O espermatozóide da noite que
fecunda o óvulo do dia para que nasça a tarde.
Negro é... O perdão para todos aqueles que os
trouxeram da África como escravos, que utilizaram-se de suas culturas inclusive
as espirituais e que violentaram além de suas naturais liberdades, violentaram
a vida de muitos e o corpo de muitas mulheres e jovens.
Negro é... A morte da vida, vida essa que
precisa existir para que tomemos o caminho da definitiva e misteriosa eternidade
do único e possível... Unidos para sempre.
Negro é... O branco, o vermelho, e o amarelo
vistos pela parte de dentro.
Negro é... A união perfeita com o branco que
deu vida: ao albino, ou sarará e/ou ao nego-aço.
Negro é... Aquele que por uma dessas ironias
traz a cor do branco no sorriso da boca, no globo dos olhos e principalmente na
palma das mãos e no solado dos pés.
Negro é... A força daquele que tem e traz na
alma primitiva todo legado e concepção da força espiritual da africanidade
pacifista e negligenciada pelos portadores, letais, do vírus curável do preconceito.
Legado esse sociológico, antropológico e lógico. Leviano será, seria e serão
todos aqueles que tentarem e não atentarem sobre essa imutável realidade. Realidade
daquele que deu o dom eterno da vida ao primeiro ser humano.
E que preocupou-se
em dotá-lo de todos os sentimentos mais nobres, e, por essa razão não se
atentou de que cor o mesmo seria, pois para esse inventor da vida...
Negro não é gente, negro assim como o branco,
o amarelo, e o vermelho é um incolor sentimento, emocionalmente, racional.
Sentimento esse que devemos ter em nos amar a todos, antes que não haja mais,
pela falta da vida, tempo e arrependimento de não termos ao menos tentado
fazê-lo.
Será que a mais perfeita parceria, que é o
café com leite, teria o mesmo sabor um sem o outro?
Ou será que haveria nexo causal ou faria
sentido aos sentidos ouvir um lindo piano de calda, em pleno concerto sob a
regência de Zumbi Meta, tocando: as vienenses de Straus, Brahms, Liszt, Beethoven,
Chopin, Bach, Ernesto Nazareth, ou Tom Jobim somente com as teclas brancas ?
E se após essa sana e crivel tentativa de
fazê-los repensarem, não haver ou não houver uma única ponta de esperança, em –
definitivamente - nos completar-mos um no outro, poderiamos começar um processo
definitivo de extinquir a raça humana de cor negra, ceifando-os da vida. Só
precisamos agora, já e nesse momento saber quem seria o primeiro Filho de Satã a ter a coragem de praticar essa covardia
!!!
Cecél Garcia
13*maio*2012
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